Israel 6: Jerusalém
“Que alegria quando me disseram, vamos para a casa do Senhor, os nossos passos se detêm às tuas portas, Jerusalém!” (Salmo 122)
Assim mesmo cantávamos nós, juntando a nossa voz à dos peregrinos ao longo dos últimos três mil anos. Sim, já no antigo Israel se peregrinava para a “cidade bela e harmoniosa”… e já nessa altura se desejava a paz para Jerusalém !
“Pedi a paz para Jerusalém!”, diz ainda o mesmo salmo. Não pude deixar de o desejar quando o ruído de dois aviões de guerra que cruzavam o céu azul sobre a cidade perturbava a nossa caminhada em dia de “ramos”… do Monte das Oliveiras até ao cenáculo, junto à porta de Sião.
No “monte das oliveiras”, não podíamos deixar de visitar as Igrejas que todos os peregrinos visitam: a Igreja da Ascensão e do Pai-Nosso, ali repetido em 143 línguas…
Depois começámos a descer, como outrora Jesus quando foi acolhido pelos ramos e cantos da multidão. “Hosana ! Bendito o que vem em nome do Senhor!”
Um “burrinho” teria hoje dificuldade em descer sem escorregar no piso de uma estrada polida pelos milhões de peregrinos que todos os anos percorrem estes trilhos…
Igreja “Dominus flevit”, o Senhor chorou…
“Jerusalém, oh Jerusalém!, se soubesses acolher quem te traz a paz !” (Lc 19,42)
Jardim de Getsemani. Igreja das nações, da agonia de Jesus. “Pai, se é possível afasta de mim este cálice… mas faça-se aquilo que Tu queres!”. “Ficai aqui, vigiai e orai…”
Visita à bela sala do Cenáculo, que os cruzados nos deixaram, em estilo românico, e, por baixo, do túmulo de David. Gostei de ver tanto a oração concentrada dos homens judeus junto do sarcófago de David, balançando o corpo ou encostando a testa contra o sarcófago, como, mais atrás, a conversa descontraída de uns jovens judeus, que trocavam mensagens de telemóvel.
A manhã terminou com a visita do “Pedro in galicantu” e das ruínas do palácio de Pilatos. Nas caves da casa de Pilatos, teria Jesus passado a noite enquanto aguardava julgamento?
“Haja paz dentro dos teus muros… Jerusalém!”
Jn 10.09.2019