A propósito do texto proposto como 1ª leitura para este domingo (17.11.2019), 33º domingo comum C: Malaquias 4,1-2
Há-de vir o dia do Senhor, ardente como uma fornalha; e serão como a palha todos os soberbos e malfeitores.
O dia que há-de vir os abrasará – diz o Senhor do Universo – e não lhes deixará raiz nem ramos.
Mas para vós que temeis o meu nome, nascerá o sol de justiça, trazendo nos seus raios a salvação.
A Ernst Bloch (1885-1977) devemos a expressão “Princípio esperança”. Numa obra com este mesmo título, Bloch reflecte de maneira fascinante sobre a força dos sonhos acordados do ser humano que se recusa a aceitar a situação para “desejar” mais e melhor.
“O “não” frente ao mal existente e o “sim” a uma situação melhor imaginada convertem-se para o que sofre em interesse revolucionário” (E. Bloch).
De onde vem esta força “revolucionária” que leva a acreditar na possibilidade da mudança para melhor e a empenhar-se? essa força e interesse a que Bloch chamou “princípio esperança”?
Para os crentes da Bíblia a resposta é clara: Deus mesmo é a fonte da esperança e o seu garante. Em Malaquias, um texto profético do século V aC, pouco depois do Exílio, Deus fala do “dia” em que os “soberbos e malfeitores” deixarão de governar o mundo e em que irá brilhar o “sol da justiça” sobre todos os que em Deus acreditam.
A esperança anima a história. Acreditar que a injustiça, a opressão, o sofrimento e a violência não terão a última palavra mas que a justiça brilhará como o sol da manhã: é uma fé que compromete.
O “dia do Senhor” é hoje. É hoje que Deus quer intervir e mudar a nossa vida e a nossa historia
A esperança compromete os crentes e coloca-os ao lado de todos os que “sonham acordados” (Ernst Bloch) e nos seus sonhos apressam um mundo novo, um mundo “outro”!
Jn
13.11.2019
Se quiser, leia também as reflexões feitas a partir do evangelho para este domingo (Lucas 21,5-19), aqui disponíveis no arquivo deste blog em
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