Uma Igreja em caminhada sinodal (27)

Pequenos apontamentos sobre o Sínodo e sobre a Igreja que se quer sinodal

A longo das quase quatro semanas que o Sínodo durou, publiquei aqui, neste espaço – neste “blog” -, apontamentos daquilo que eu mesmo ia reflectindo ao tentar saber e seguir o que se estava a passar em Roma.  Não estive em Roma.  A “discrição” e “confidencialidade”  que foram decretadas para os trabalhos do Sínodo não permitiam às agências noticiosas nem aos jornalistas que se deslocaram a Roma acompanhar em detalhe os trabalhos do Sínodo. Mesmo assim alguma coisa ia passando. O “Instrumentum Laboris” estava à disposição. A agenda de trabalhos foi dada a conhecer no início do sínodo.  Os encontros de alguns participantes com os jornalistas depois de cada grande tema permitiam saber um poucio mais. Aqui e ali havia comentários e reflexões. Tudo isso me possibilitou seguir “de longe” o Sínodo e tomar as notas que aqui publiquei.

Confesso que, se não fosse este projecto pessoal de fazer um apontamento diário , não me teria dado ao trabalho de conhecer em pormenor o “Instrumentum Laboris”. Fiquei espantado com a quantidade e a diversidade de perguntas que foram preparadas para facilitar a reflexão  e conduzir a partilha e a escuta dos participantes do Sínodo.  Procurei dar também a minha resposta a uma ou outra pergunta, das que mais me “atraíram”.
Agora temos à dsposição o “documento de síntese“. O texto pode desiludir um pouco, sim. Porque tem pouco de concreto.  Mas – como comentava Thomas Söding, um teólogo alemão a participar no Sínodo como “perito”, e que várias citei, porque eram preciosas as notas diárias que dele nos chegavam por e-mail – “o processo é mais importante do que o texto”.  No Sínodo, assistimos ao melhor de um processo em curso, de alcance difícil de prever: uma Igreja que se quer sinodal, a todos os seus níveis. E esse processo sinodal já „vai no adro“. Imparável. A minoria de bispos que tentou travar deu conta de que não conseguia. Veremos agora o que vai acontecer quando o processo sinodal se pretender alargar por aí, por essas dioceses e “vigararias”, paróquias e comunidades…

Não sei bem quantas leitoras, quantos leitores me seguiram ao longo destas quatro semanas. Espero que tenha ajudado um pouco a reflectir com o Sínodo – e que tenha despertado interesse em continuar a empenhar-se numa Igreja mais sinodal, mais participada, mais de “todos” (palavra de Francisco, Bispo de Roma, que tanto ressoou nas JMJ de Lisboa).

Creio que o apontamento de hoje será o último desta série.

Joaquim Nunes

Über nunes2013

Depois de ao longo de três anos (2013-2016) ter publicado reflexões sobre os evangelhos de domingo (que continuam aqui disponíveis), escrevi depois semanalmente pequenas reflexões a partir do texto bíblico da 1ª leitura do domingo (quase sempre do Primeiro Testamento). Gosto de reflectir semana a semana os textos que nos são propostos para as celebrações dominicais. Esforço-me por partilhar a minha reflexão aqui, nesta página, à terça-feira. Para além disso, escrevo sobre temas relacionados com e/imigração e sociedade multicultural. O meu nome: Joaquim A Marques Nunes. A minha sigla: jn (Não escrevo segundo as normas do novo acordo ortográfico!).
Dieser Beitrag wurde unter Igreja sinodal abgelegt und mit , , verschlagwortet. Setze ein Lesezeichen auf den Permalink.

Hinterlasse einen Kommentar